Índia: sabores e especiarias
9º evento, India e Goa- Voltamos ao continente Asiático num dia quente de verão
27 de maio de 2018


Não tinha serviço de esplanada mas tinha mesas na rua que
poderiamos usar no final da refeição. As expectativas não eram muito elevadas.
Eu pessoalmente desde que tivesse sarapatel, xacuti, Vindaloo, Lassi, pão nan e
bebinca de qualidade aceitável ficaria muito satisfeita.
Sou fã de comida goesa. Aprendi a gostar com os melhores. Durante
a minha estadia em Macau, conheci várias familias goesas que, além de mestres
anfitriões, eram excelentes cozinheiros. E de comida super picante. Para quem,
como eu, não estava habituada a comida picante, os primeiros testes foram
duros… Os Goeses e indianos abusam no picante. Aliás diz-se que a comida do
norte da india é das mais picantes do mundo.
Bem mas falando na comida e no que aprendemos: a comida indiana
como a de outros paises quentes é muito picante. As pesquisas que encontrei
sobre este tópico indicam que paises quentes têm comidas picantes por 2 razões
principais: historicamente o picante ajudava a preservar a comida e evitar que
se estragasse nas temperaturas mais quentes. Para alem disso, comida picante
ajuda a transpiração e assim reduzir efeito do calor (eu tenho alguma
dificuldade em entender esta teoria mas já a ouvi de multiplas fontes)
A base principal da comida indiana é o caril. Mais uma lição que
aprendi com os meus amigos goeses: o caril é uma mistura enorme de
ervas/plantas sendo o principal açafrão,
cardamomo, coentro, gengibre, cominho, noz-moscada, cravinho, pimenta e canela. Por levar até 70 ingredientes diferente. São torrados e
moidos. A matriarca dos meus amigos goeses faz ela propria o seu pó de caril.
Deixo abaixo um artigo sobre os vários pratos
indianos.

E finalmente a Bebinca. É uma sobremesa/pudim goesa
que pode levar vários dias a fazer. Leva ovos, açucar, leite de coco. É
cozinhada por camadas. Quanto mais finas forem as camadas e mais camadas tiver,
mais tempo demorou a fazer. Vai ao forno, adiciona-se nova camada e vai de novo
ao forno e assim sucessivamente. Um verdadeiro trabalho de paciencia. Eu adoro
o sabor.
No global, gostamos bastante da comida do
Cinammon. O serviço era simpático e relativamente eficiente. Recomendamos aos
amigos uma visita pelos sabores deste colorido pais asiático, quer seja no
cinnamon ou noutro dos restaurantes listados abaixo como alternativa.
Relativamente às aprendizagens sobre o pais,
eu, a Ana e a Zé já lá tinhamos estado e partilhamos as nossas experiências. Os miudos fizeram as
suas apresentações e aprenderam sobre a influencia portuguesa em Goa, sobre a
influencia dos ingleses na India em geral, sobre as paisagems lindissimas do
norte e as das zonas de praia, sobre as diferenças de riquesa na India e de como a India se está a transformar e a crescer
como pais da tecnologia. Tem um dos maiores crescimentos anuais em termos económicos.
É a 3ª maior economia mas em vias de se tornar a 2ª (depois da China.
Actualmente o EUA está em 2º lugar mas preve-se que a India ultrapasse). Noto
ainda a diversidade religiosa na India. Indus, Muçulmanos, budistas e cristãos
são as principais religiões mas há uma diversidade enorme.
No global, acho que todos saimos deste evento
mais cultos e cheios de vontade de visitar a India.
A Zé partilhou as suas aventuras de trabalho na
India. Esteve em Bombay durante um periodo conturbado e foi “apanhada” por uma
invazão de terroristas a um hotel cheio de estrangeiros. Acabou a “fugir” do
pais por outra cidade para evitar estar no meio do caos.. Foi uma aventura
historica que ela até teve oportunidade de contar no telejornal do Canal 1..
Eu e a Ana tinhamos estado em Bombay/ Mumbai e
depois em Goa. De Bombay não tenho boas recordações. Estive lá já há muito
tempo (1994) e na altura fiquei chocada com a pobreza e diferenças de riquesa e
disparidades sociais. Tinha visto um filme chamado “City of Joy” passado em
Calcutá e retratando muita pobreza nas familias indianas. Esse filme marcou-me
mas achei que era exagero cinematografico. Quando estive me Bombay, achei que
tinha visto cenas de pobreza, falta de condições de vida ainda piores do que no
filme, pelo que me chocou bastante.
Goa, ao contrario de Bombay, era mais limpo, e
não se via tanta disparidade social e pobreza. As praias era lindas e acima de
tudo e mistura de cores- azul do ceu, vermelho vivo da terra e o verde forte
das arvores, foi o “quadro” que mais me marcou. Acho que foi o pais onde a
marca das cores fortes ficou mais retida na minha memória. O mesmo se aplica às
ruas, às casa, aos mercados e comida. O facto de ter um “anfitrião” lá em Goa
(amigos Goezes de Macau), certamente terá ajudado a estas boas memórias que
tenho de Goa. Ficou por conhecer o norte da India e o magnifico Triangulo
Dourado (Deli, Agra e Jaipur), mas qui sá, num futuro proximo fazemos uma
viagem de grupo das ComMundo a esses sitios lindos.
Local: Restaurante
Cinnamon, Parede
$$: cerca 13e/pessoa
Horário: não fecha mas
recomendam telefonar antes para confirmar
Outras sugestões para experimentar comida indiana:
As sugestões da timeout
Eu pessoalmente já experimentei e recomendo as experiências
- Cantinho da Paz
- Zaafran
- Caxemira
- Templo Indu (uma versão vegetariana e muito económica de “cantina”
indiana)
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